Formação Pedagógica
Tema: O
PROFESHOW E O PROFECHATO
Fabiano
Brum
Atualmente o
tema educação e o processo de ensino-aprendizagem têm sido amplamente
discutidos em diversos meios de comunicação. Metodologias, materiais didáticos,
integração da família na escola, capacitação de professores, são assuntos freqüentemente
abordados.
Quando vemos
alguma informação ligada à educação, vez ou outra nos recordou de alguns
professores que tivemos em nossa vida escolar. Do infantil até o ensino médio,
na graduação ou na pós-graduação, vários
foram os profissionais que estiveram lecionando na sala de aula onde estávamos
matriculados.
Alguns deles nos
lembramos pelo companheirismo, outros pela rigidez na condução do conteúdo, uns
pela excelente didática e outros pela total
ausência dela.
O curioso é que
normalmente nos lembramos daqueles que foram excelentes professores e, também,
dos que foram péssimos. Raramente nos lembramos dos professores medianos.
Isso porque
ficam guardadas em nossa memória as experiências que se diferenciam das nossas
expectativas, ou seja, aquelas que foram positivamente além daquilo que
imaginávamos e, da mesma forma, temos facilidade de registrar aquelas que
ficaram aquém.
Por que alguns
professores conseguem envolver seus alunos na compreensão dos conteúdos, na
discussão e participação em sala de aula e outros não? O que caracteriza esse
professor considerado bem-sucedido? De qual natureza são os recursos internos
de que dispõem os educadores e que desenham sua competência?
Educar pessoas
não é uma tarefa fácil, e a profissão de educador é uma das mais desafiadoras e
exigentes. O relacionamento com o aluno, lidar com a sensibilidade e a curiosidade
da criança, a inquietude e o dinamismo da juventude, a transformação de saberes e a internalização
de valores educativos, são atividades que exigem profissionalismo, preparação e
amor pela educação.
. De uma forma
geral percebemos que virou moda
“desacreditar” da profissão de professor, vemos até mesmo professores
falando mau de seu próprio ofício. Porém temos visto professores que dão um
verdadeiro show de desempenho em sala de aula. Para estes dou o nome de
PROFESHOW!
O Profeshow é
aquele que ama sua profissão, é pesquisador, movido por desafios e pela
necessidade de aperfeiçoamento contínuo. Propicia aos seus alunos oportunidades
de construção e reconstrução do conhecimento, fundamentado no aprender a
aprender, no aprender a pensar, no aprender a ser, no aprender a conviver, como
formas para ampliação da compreensão do mundo.
O Profeshow
inova em sua metodologia,entende que não existem trinta alunos em sua sala, mas
sim trinta pessoas, e que cada indivíduo necessita de estímulos diferentes para
que ocorra o aprendizado. O Profeshow é motivado e motivador, inspirado e
inspirador em suas atitudes. Excelente comunicador, ele sabe que é preciso
conquistar a atenção, o respeito e a admiração.
O Profeshow fez
a escolha pela área de educação, ele é “professor na plenitude da palavra”,
dedicando-se a fazer o melhor pelos seus alunos, pela sua escola, colegas de
trabalho, pela sociedade e pela sua profissão.
Por outro lado,
temos o PROFECHATO. O perfil do Profechato é exatamente o contrário do
Profeshow. Está sempre de mau humor, critica sua profissão, completamente sem
entusiasmo, encara o dia a dia do seu trabalho como um árduo fardo a ser
carregado. Suas aulas são monótonas, sem conteúdo e sem vida. Aliás, vida é
tudo o que falta para o Profechato.
Dizem que a
nossa vida é feita de escolhas. Qual é a sua escolha? Ser um Profeshow ou um
Profechato?
Leitura:
Orientações Curriculares página 23.
Atribuições do Gestor Escolar
(imagem divulgação)
Durante meus anos de estudos foi discutido em sala o que seria, ou deveria ser, um diretor ou melhor GESTOR ESCOLAR democrático. Porém, uma das minhas inquietações hoje é justamente saber qual seria o papel do gestor quanto ao seu desempenho técnico na escola. Pois tenho me deparado com diretores despreparados sem ética, apenas com um curso de pedagogia, onde faz de suas “reuniões pedagógicas” salas de bate papos sobre novelas e assuntos que não condiz sobre o cotidiano escolar.
Segue alguns tópicos sobre as atribuições de um GESTOR:
* Elaborar e apresentar plano de trabalho no início de cada ano letivo.
* Coordenar a elaboração e a implantação do projeto político pedagógico, ou proposta pedagógica e do regimento escolar, junto com o coordenador pedagógico.
* Coordenar as atividades pedagógicas, administrativas e financeiras de acordo com as orientações do conselho escolar e da Secretaria de Educação.
* Executar as determinações dos órgãos aos qual a unidade escolar está subordinada.
* Cumprir e fazer cumprir a legislação vigente e os convênios propostos no projeto pedagógico da unidade escolar.
* Representar a unidade escolar, responsabilizando-se juntamente com o conselho escolar pelo seu funcionamento.
* Elaborar o plano de aplicação dos recursos financeiros para avaliação e aprovação.
* Manter atualizado o inventário dos bens públicos, zelando por sua conservação.
* Propor ações que visem à melhoria da qualidade dos serviços prestados.
* Submeter à apreciação do Conselho escolar as transgressões disciplinares dos alunos, ouvida a coordenação pedagógica e o conselho escolar.
* Cumprir e fazer cumprir o estatuto do magistério.
* Coordenar o processo pedagógico, articulando as ações entre os turnos de funcionamento da unidade escolar.
* Participar de programas de formação propostos para os coordenadores pedagógicos.
Como podemos ver, são muitas as atribuições do diretor da escola, ele deve estar atento ao cumprimento de todas elas. Pode parecer ser difícil, mas na verdade todas essas ações visam simplificar e ajudar o diretor a planejar, organizar, executar e controlar melhor a sua gestão.
Regina Gregório
A IMPORTÂNCIA DO EDUCADOR DA EDUCAÇÃO INFANTIL
(imagem divulgação)
Ser um educador infantil é uma enorme responsabilidade, ora pois é através desse que as crianças entram em contato após a família. É na escola, como um segundo ambiente socializador que a criança começa a ampliar sua rede de relações e, que através dela e o educador, constrói conhecimentos significativos a seu modo de perceber a vida.
Já que a educação deve ser considerada um processo de formação contínua, pode-se dizer que tal educador, principalmente por estar lidando com os pequenos, precisa levar muito a sério sua profissão, gostar do que faz e renovar-se á todo momento, pois ensinar e aprender é fundamental como conceito inicial para esse profissional.
Tal educador tem que possuir um perfil, no qual acredite na transformação, que goste de mudança e que para isso seja eternamente curioso.
Quem dera se todos os profissionais docentes tivessem uma compreensão e visão homogênea da infância. Talvez seja a multiplicidade de olhares que tornem o ensino interessante e passível de crescimento. Cada teoria também produz um tipo de “olhar” sobre a infância, desde os que apenas acham que ser criança é apenas mais uma de tantas etapas de nossa vida, até aqueles que procuram na infância toda a origem de quem somos agora.
Sendo o adulto alguém que a criança instintamente tenta imitar, cabe ao educador ser possuidor de um carinho imenso com seus alunos, pois é através de um olhar, do toque que muitas crianças revelam suas emoções de tristeza e alegria. Primordialmente, além de todo conhecimento que se tenha a partir da teoria, a prática do educador infantil será grandiosa quando puder contribuir de forma ativa no crescer e desenvolver de atitudes de respeito e afeto das crianças.
Celso Antunes diz: “Que sejam desafiadores, inquietos, responsáveis e sobretudo estudiosos para que se mantenham sempre ao lado dos avanços científicos da neurologia, pedagogia, psicologia e psicopedagogia e que saibam transpor essas conquistas para sua ação junto às crianças.
Que dominem estratégias de ensino que possibilitem que as crianças ensaiem, estruturem projetos, façam explorações, elaborem hipóteses, desenvolvam conjeturas que as ajude a sair do egocentrismo, jamais incutindo conhecimentos, mas intermediando a construção de conceitos e de significações;
Que seja um (a) especialista em jogos, mas que os descubra não como elemento apenas de recreação e lazer, mas como ferramenta usada pela mente para explorar todas as inteligências e para transformar de forma significativa a maneira de pensar da criança;
Que seu olhar sobre o desenvolvimento humano não seja de apenas encanto e jamais de infantilização, mas de integral comprometimento com a profissão, com as conquistas da ciência e com o trabalho”.
Portanto, o papel do professor abrange mais do que a rotina de sala de aula, mas completa-se pelo cuidado do professor em relação ao seu aluno. Partindo desta ideia, é possível perceber a necessidade do professor ter um olhar zeloso sobre a criança, um olhar que o acompanhe em casa, no pátio da escola, nos corredores da escola e principalmente dentro da sala de aula. Para tanto, é necessário que haja envolvimento, afeto, dedicação, pois somente assim formar-se-á cidadãos mais reflexivos que contribuirão para uma sociedade melhor.
Que eu nunca perca o foco de ter um olhar sensibilizado sobre meu aluno.
Regina Gregório
Referencia: Educação infantil: prioridade imprescindível Celso Antunes
A DESCOBERTA DE UMA CRIANÇA
Uma manhã, a professora disse: Hoje nós iremos fazer um desenho. "Que bom!"- pensou o menininho. Ele gostava de desenhar leões, tigres, galinhas, vacas, trens e barcos.
Pegou a sua caixa de lápis de cor e começou a desenhar.
A professora então disse: Esperem, ainda não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
Agora, disse a professora, nós iremos desenhar flores.
E o menininho começou a desenhar bonitas flores.
Com seus lápis rosa, laranja e azul. A professora disse: Esperem! Vou mostrar como fazer. E a flor era vermelha com caule verde. Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou para a flor da professora E depois olhou para sua flor.
Gostou mais da sua flor, mas não podia dizer isso.
Virou o papel e desenhou uma flor igual a da professora. Era vermelha com caule verde.
Num outro dia, quando o menininho estava em aula ao ar livre,
A professora disse:
Hoje iremos fazer alguma coisa com o barro. "Que bom"!!!, pensou o menininho.
Ele gostava de trabalhar com barro.
Podia fazer com ele todos os tipos de coisas: elefantes, camundongos, carros e caminhões.
Começou a juntar e amassar a sua bola de barro.
Então, a professora disse:
Esperem, não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
Agora, disse ela, nós iremos fazer um prato.
Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos.
A professora disse: - Esperem! Vou mostrar como se faz. Assim, agora vocês podem começar.
E o prato era um prato fundo.
O menininho olhou para o prato da professora e depois par a seu próprio prato. Gostou mais do seu, mas não poderia dizer isso.
Amassou seu barro numa grande bola novamente e fez um prato fundo, igual ao da professora.
E muito cedo o menininho aprendeu a esperar e a olhar e fazer as coisas exatamente como a professora.
E muito cedo ele não fazia coisas por si próprio.
Então aconteceu que o menininho teve que mudar de escola.
Era uma escola ainda maior que a primeira.
Um dia a professora disse: Hoje vamos fazer um desenho.
"Que bom!"- pensou o menininho, Esperando que a professora dissesse o que fazer.
Ela não disse, apenas andava pela sala. Então veio até o menininho e disse: Você não quer desenhar? Sim, e o que nós vamos fazer? Eu não sei até que você o faça. Como eu posso fazê-lo? Da maneira que você gostar! E de que cor?
Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu posso saber o que cada um gosta de desenhar?
Eu não sei...
Então o menininho começou a desenhar uma flor vermelha com caule verde...
Helen Buckley
Tradução do texto: Regina Gregório
A ESCOLA DOS MEUS SONHOS
Na escola dos meus sonhos, que fica lá no fundo da minha mente e num cantinho todo especial do meu coração, existe um amplo jardim, onde crianças e jovens interagem com a natureza amando-a, respeitando-a e preservando-a de uma forma tão sólida que se reflete em seus lares voluntária e naturalmente... Lá não se vê nenhum papel no chão e todo o lixo é reciclado...
Nesta escola situada lá nos confins do meu cérebro utópico e bem no meio do meu coração apaixonado pela educação, cada professor tem a sua sala personalizada e a cada troca de turma, vai esperar, na porta, aqueles que são a razão de seu trabalho, cumprimentando-os novamente com um sorriso sincero estampado em seu rosto... Lá os professores e funcionários não se importam em “perder” parte do tempo com o relacionamento humano... Na minha “escolinha”, o professor torce e luta pelo crescimento pessoal dos seus alunos que ocupam o lugar reservado a grandes amigos em seu coração e não se importa de fugir do conteúdo e aconselhá-los de vez em quando, de uma forma despretensiosa e sincera... No educandário dos meus sonhos só se aceita professores que tenham, além da formação acadêmica, o amor ao próximo no seu currículo...
Na escola dos meus sonhos não existe livro-ponto, pois as pessoas que lá trabalham, amam o que fazem, nunca faltam e quando precisam ausentar-se por motivos inevitáveis, sentem uma grande angústia por estarem longe da sua paixão... Nesta escola, o professor é valorizado e respeitado, trabalha com uma estrutura completa, sabe fazer uso de todas as tecnologias e nunca se cansa de aprender...
Na minha escola, escondida no meio das minhas utopias, tem uma biblioteca ampla, arejada, mobiliada e (principalmente) cheia de livros, onde o aluno encontra-se com seus mestres, pois é lá que eles estão na tal “hora atividade”.
Na escola dos meus pensamentos grandiosos, não se usa mais o divã da sala dos professores, aliás nem existe tal lugar, somente um ambiente altamente agradável onde professores, alunos e funcionários passam o mesmo recreio, comem o mesmo lanche e participam das mesmas conversas... Lá no fundo da minha mente e bem no meio do meu coração, tem uma escola onde todos lutam pelos mesmos ideais, caminham na mesma estrada, rumo ao conhecimento que não se importa com a quantidade de dias letivos, acessível a todos de forma eclética e dinâmica...
De repente minha mente pára, meu coração retoma o compasso monótono, volto para a realidade e percebo que parte da escola dos meus sonhos já existe... Só a casca... Ainda está verde... E as intempéries não a deixam amadurecer como deveria.
Rubem Alves
A HISTÓRIA DO LÁPIS
-Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco
-E, por acaso, é uma história sobre mim?
A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:
-Estou escrevendo sobre você, é verdade.
Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.
O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial. E disse:
-Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!
No entanto, a avó respondeu:
- Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo:
'Primeira qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Essa mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade.
'Segunda qualidade: de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor.
' 'Terceira qualidade: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça.
Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você.
' 'Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços, e procure ser consciente de cada ação.
Autor desconhecido
O ato de educar é de mais árdua paixão, de amor incondicional.
O ato de educar exige engajamento, comprometimento, abnegação.
É uma luta física e mental diária onde buscamos muito mais do que um simples salário no fim do mês...
Buscamos atingir todos os objetivos...
Desenvolver todas as habilidades...
Orientar todos os conhecimentos...
Facilitar todas as aprendizagens...
O prêmio? É a realização pessoal vinda através de um sorriso de criança frente a uma nova descoberta. Somos, sim! Sonhadoras de um mundo justo repleto de cidadãos críticos, questionadores, participantes, ativos numa Sociedade igualitária, digna, honesta...
Acreditamos no ato de educar em busca do nosso sonho.
Ousamos no desafio de inovar dentro da sala de aula.
Somos partículas de Deus enviadas especialmente para essa sublime missão: Educar!
Texto de Patrícia Fontes, adaptado por Regina Gregório
Inicialmente, as crianças eram deixadas pelas mães com os avós, irmãos mais velhos e até vizinhos. Logo mais, surgiram as instituições públicas que mais se caracterizavam como "depósitos de crianças", onde o trabalho que norteava tais espaços, tinha um significado puramente assistencialista: os cuidados da mãe. Com a Constituição brasileira de 1988, a creche passou a ser uma instituição formalizadora perante a sociedade.
Atualmente, com o avanço da ciência, passamos a conhecer mais profundamente as nossas crianças. A psicologia nos ajuda a compreender como as crianças interagem e se desenvolvem, ampliando o universo de suas habilidades e a pedagogia contribui na criação do processo educativo e na construção de ambientes que venham ajudar no seu desenvolvimento global.
É assim que a escola trabalha com alunos do período integral, se configura através de uma rotina estruturada de atividades de estimulação das habilidades psicomotoras, sócio-afetivas e cognitivas, incluindo a aquisição de bons hábitos alimentares e higiênicos. O Tempo Integral acolhe todos aqueles que precisam de um lugar adequado para deixarem seus filhos enquanto trabalham.
Depois de planejar com a equipe gestora, os docentes e os funcionários como será o ano na sua escola, reserve um período para fazer o período para falar sobre o pedagógica, para organizar a recepção dos alunos na primeira semana de aula. A equipe de professores já terão informações sobre as turmas para as quais darão aulas e isso certamente ajudará nas relações que se estabelecerão no início do ano letivo. Com todo o grupo, pense nos detalhes que farão com que os alunos se sintam acolhidos e formem (ou fortaleçam) os laços afetivos com á escola condição importante para que a aprendizagem aconteça.
1. Organização das salas
Antes de os alunos chegarem, combine com a equipe docente e funcionários a maneira como a sala de aula deve estar organizada. No primeiro dia, as formações circulares facilitam a integração e por isso são mais indicadas do que fileiras (que não favorecem a socialização). Nas salas da Educação Infantil, aconselha-se a organizar cantos de brincadeiras (veja exemplos no vídeo Ateliê de Entrada) - para ajudar a entreter as crianças antes que a turma esteja completa e também já iniciando um processo de socialização e aprendizagem. A coordenação pedagógica, junto com os professores de cada turma, poderá decidir quais cantos são mais interessantes para as diversas faixas etárias.
2. Recepção
Decidam em conjunto o local em que cada um receberá os alunos. A sugestão é que a equipe gestora fique no portão para cumprimentar não somente as crianças e os jovens mas também os pais que costumam acompanhar os filhos à escola. Os professores podem esperar pelos alunos na porta da sala de aula. Combine com os funcionários de apoio que eles se posicionem nos corredores e em locais em que possam ajudar a informar a localização de cada classe ou ainda orientar sobre o caminho para os banheiros, o bebedouro etc. e outras dúvidas que os estudantes possam ter.
3. Apresentação em sala de aula
Reflita com os professores sobre a importância de apresentar os novos alunos aos demais antes do início dos trabalhos. Peça aos docentes que estimulem a criança a falar um pouco sobre ele mesmo, seu histórico e sua relação com os estudos. Depois, todos podem contar o que fizeram durante as férias. Os professores podem contribuir dando ideias para organizar esse momento e apresentar maneiras de fazer isso. Exemplos: cada aluno pode contar sobre algo que aprendeu nas férias, um lugar que visitou, uma história que leu ou assistiu. Entre os mais velhos, também é interessante falar dos planos que têm para o ano, o que pode incluir um curso ou uma atividade extra ou estudar para o vestibular.
4. Tutoria dos veteranos
É comum que os alunos novos demorem um pouco para se enturmar com um grupo já formado. Para facilitar esse período, adote um sistema de tutoria em que um colega da turma que já estuda na escola há mais tempo mostre ao novato todos os departamentos, o acompanhe e oriente em relação aos procedimentos da escola e tire suas dúvidas. Esse acompanhamento pode variar de uma semana a um mês. Algumas escolas marcam o início das aulas para os novatos um ou dois dias depois do início oficial das aulas. Nesses dias, o professor dá informações sobre o novo colega que vai chegar (nome, de onde ele vem, o que fazem os pais etc.) e escolhe o aluno que fará a tutoria. Em instituições em que há grêmio estudantil, essa recepção pode ser feita por um membro da entidade.
5. Primeiro contato com cada setor
Reforce também a importância dos funcionários de apoio e administrativos serem receptivos com todos e especialmente solícitos com quem ainda não conhece as dependências e rotina da unidade. Estude a hipótese de a classe do primeiro ano - em que todos devem ser novos - fazer uma excursão pela escola com paradas em cada setor para que um responsável da área explique o funcionamento da cantina, da biblioteca, da secretaria, etc. Algumas escolas marcam o início das aulas em dias diferentes para cada três ou quatro turmas para que todos os funcionários deem atenção a chegada de todos.
6. Aulas inaugurais diferenciadas
As primeiras aulas devem apresentar os conteúdos que serão trabalhados durante um período (bimestre, trimestre ou semestre), de acordo com o que foi planejado na semana pedagógica. Uma maneira de apresentar os projetos que serão desenvolvidos é mostrar à turma os trabalhos feitos sobre o tema em anos anteriores. Ao coordenador pedagógico, cabe orientar os professores para que façam uma avaliação inicial antes de introduzir cada conteúdo. As perguntas, quando bem elaboradas, além de dar uma noção precisa do que cada aluno sabe sobre o tema e de que ponto os professores podem avançar, servem para despertar a curiosidade e dar uma prévia do que as crianças aprenderão durante o projeto.
7. Regras bem compreendidas
Decida com a equipe, também no final da semana pedagógica, quem apresentará o estatuto da escola - e como - e em que momentos serão feitos os combinados entre professores e alunos. O próprio diretor pode ter essa função. Para isso, ele precisará ir de sala em sala, se apresentando, dando as boas vindas e explicando algumas regras de convivência já em vigor - que devem ser transmitidas de forma que os alunos entendam porque elas existem. Uma sugestão é partir dos direitos de cada um para os deveres de todos. Por exemplo: todo estudante tem direito a material didático de qualidade, para isso cada um deve cuidar bem dos livros que usará naquele ano para que eles possam ser reutilizados no próximo. É importante gastar alguns minutos com o assunto logo nos primeiros dias de aula, antes que as situações em que caberia o uso de determinadas regras ocorram. Com as regras gerais conhecidas, cada professor pode organizar com a uma turma os combinados internos. Para isso é preciso ouvir os alunos e sistematizar as discussões, chegando a normas internas para cada grupo.
Os pensamentos me chegam de forma inesperada, sob a forma de aforismos. Fico feliz porque sei que Lichtenberg, William Blake e Nietzsche frequentemente eram também atacados por eles. Digo “atacados” porque eles surgem repentinamente, sem preparo, com a força de um raio. Aforismos são visões: fazem ver, sem explicar. Pois ontem, de repente, esse aforismo me atacou: “Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas”.
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-las para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
Esse simples aforismo nasceu de um sofrimento: sofri conversando com professoras de segundo grau, em escolas de periferia. O que elas contam são relatos de horror e medo. Balbúrdia, gritaria, desrespeito, ofensas, ameaças… E elas, timidamente, pedindo silêncio, tentando fazer as coisas que a burocracia determina que sejam feitas, como dar o programa, fazer avaliações… Ouvindo os seus relatos, vi uma jaula cheia de tigres famintos, dentes arreganhados, garras à mostra – e a domadoras com seus chicotes, fazendo ameaças fracas demais para a força dos tigres.
Sentir alegria ao sair de casa para ir à escola? Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O sonho é livrar-se de tudo aquilo. Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres é a mesma porta que as fecha com os tigres.
Nos tempos de minha infância, eu tinha um prazer cruel: pegar passarinhos. Fazia minhas próprias arapucas, punha fubá dentro e ficava escondido, esperando… O pobre passarinho vinha, atraído pelo fubá. Ia comendo, entrava na arapuca e pisava no poleiro. E era uma vez um passarinho voante. Cuidadosamente eu enfiava a mão na arapuca, pegava o passarinho e o colocava dentro de uma gaiola. O pássaro se lançava furiosamente contra os arames, batia as asas, crispava as garras e enfiava o bico entre os vãos. Na inútil tentativa de ganhar de novo o espaço, ficava ensanguentado… Sempre me lembro com tristeza da minha crueldade infantil.
Violento, o pássaro que luta contra os arames da gaiola? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende? Violentos, os adolescentes de periferia? Ou serão as escolas que são violentas? As escolas serão gaiolas? Vão me falar sobre a necessidade das escolas dizendo que os adolescentes de periferia precisam ser educados para melhorarem de vida. De acordo. É preciso que os adolescentes, que todos, tenham uma boa educação. Uma boa educação abre os caminhos de uma vida melhor. Mas eu pergunto: nossas escolas estão dando uma boa educação? O que é uma boa educação?
O que os burocratas pressupõe sem pensar é que os alunos ganham uma boa educação se aprendem os conteúdos dos programas oficiais. E, para testar a qualidade da educação, criam mecanismos, provas e avaliações, acrescidos dos novos exames elaborados pelo Ministério da Educação.
Mas será mesmo? Será que a aprendizagem dos programas oficiais se identifica com o ideal de uma boa educação? Você sabe o que é “dígrafo”? E os usos da partícula “se”? E o nome das enzimas que entram na digestão? E o sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante”? Qual a utilidade da palavra “mesóclise”? Pobres professoras, também engaioladas… São obrigadas a ensinar o que os programas mandam, sabendo que é inútil. Isso é hábito velho das escolas. Bruno Bettelheim relata sua experiência com as escolas: “Fui forçado (!) a estudar o que os professores haviam decidido que eu deveria aprender. E aprender à sua maneira”.
O sujeito da educação é o corpo, porque é nele que está a vida. É o corpo que quer aprender para poder viver. É ele que dá as ordens. A inteligência é um instrumento do corpo cuja função é ajudá-lo a viver. Nietzsche dizia que ela, a inteligência, era “ferramenta” e “brinquedo” do corpo. Nisso se resume o programa educacional do corpo: aprender “ferramentas”, aprender “brinquedos”.
“Ferramentas” são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia-a-dia. “Brinquedos” são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma.
Nessas duas palavras, ferramentas e brinquedos, está o resumo da educação. Ferramentas e brinquedos não são gaiolas. São asas. Ferramentas me permitem voar pelos caminhos do mundo.
Brinquedos me permitem voar pelos caminhos da alma. Quem está aprendendo ferramentas e brinquedos está aprendendo liberdade, não fica violento. Fica alegre, vendo as asas crescer… Assim todo professor, ao ensinar, teria de se perguntar: “Isso que vou ensinar, é ferramenta? É brinquedo?” Se não for, é melhor deixar de lado.
As estatísticas oficiais anunciam o aumento das escolas e o aumento dos alunos matriculados. Esses dados não me dizem nada. Não me dizem se são gaiolas ou asas. Mas eu sei que há professores que amam o voo dos seus alunos. Há esperança…
A escola tem papel fundamental na formação social do ser, de forma integral, com aprendizagens que ficam para toda a vida. Dentro dessas possibilidades é importante realizar trabalhos em todas as áreas de conhecimento envolvidas, principalmente quanto à saúde, higiene e alimentação.
Nos primeiros anos de vida, é essencial para o crescimento e desenvolvimento da criança, uma alimentação de qualidade e quantitativamente adequada, pois ela proporciona ao organismo a energia e os nutrientes necessários para o bom desempenho de suas funções e para a manutenção da saúde. As práticas alimentares são adquiridas durante toda a vida, destacando-se os primeiros anos como um período muito importante para o estabelecimento de hábitos alimentares que promovam a saúde do indivíduo.
As crianças que começam a frequentar os CEIs antes de completarem seis meses de idade precisam receber atenção especial quanto a sua alimentação, isso constitui fatores fundamentais para o desenvolvimento nutricional, motor, cognitivo e psicossocial das crianças, nos primeiros meses de vida. Lembrando que toda orientação precisa acontecer em parceria com a mãe da criança.
A escola é um espaço privilegiado para a promoção da saúde e desempenha papel fundamental na formação de valores, hábitos e estilos de vida, entre eles o da alimentação. Proporcionar um ambiente favorável à vivência de saberes e sabores favorece a construção de uma relação saudável da criança com o alimento.
As unidades educacionais devem fornecer utensílios básicos de alimentação para as crianças utilizarem como: pratos e talheres, sempre orientando os quanto ao uso correto.
Os profissionais devem ser preparados e instruídos quanto ao incentivar a criança a consumir todos os tipos de alimentos, incluindo frutas, verduras e legumes. A tendência da criança é recusar no primeiro momento, coisa normal, portanto cabe ao educador sempre estar oferecendo nas próximas refeições. O educador não deve forçar a criança a comer se ela não quiser, mas proporcionar atividades que agucem a curiosidade e o paladar da criança.
De acordo com o manual de refeições do CEI é imprescindível que a alimentação da criança seja realizada em ambiente agradável e tranquilo e o profissional deve dedicar lhe atenção e ajudar a criança sempre que necessário.
Uma forma de reduzir os riscos à saúde é a adoção das Boas Práticas em todos os locais que manipulam alimentos, fazendo uso dos métodos de higiene como orientar a criança a lavar as mãos antes de qualquer refeição, os profissionais devem sempre usar as toucas para cabelo e roupas adequadas, reduzindo assim os riscos de contaminação dos alimentos. A qualidade sanitária do alimento é essencial para promoção e manutenção da saúde e deve ser assegurada pelo controle de todas as etapas durante a manipulação de alimentos.
O programa de alimentação escolar deve fazer parte do dia a dia dos educadores, educandos e todos os envolvidos na educação, promovendo curso de capacitação aos profissionais responsáveis pelo preparo da alimentação escolar e incentivar a pesquisa de materiais e métodos educativos que são ações importantes visando uma boa nutrição infantil nas escolas.
A proposta é seguinte: que tal deixarmos de lado as os projetos que enfatizam as datas comemorativas e passarmos a inovar? Vamos deixar as datas comemorativas importantes no nosso calendário e as menos importantes deixamos para trabalhar na rodinha. Podemos comentar, explicar e até mesmo ilustrar, mas não, temos a necessidade de passar 15 dias ou até mesmo um mês naquele determinado assunto. Não que eles não sejam importantes, mas é preciso inovar. E cá entre nós bem mais fácil termos, datas de apoio do que analisarmos as necessidades dos nossos alunos e criarmos á partir daí os nossos projetos. A proposta é inovar! Tentem deixar de lado o calendário e use a imaginação, o resultado é gratificante. Todos aprendem e se divertem, as aulas ficam diversificadas e prazerosas até mesmo para nós, educadoras, pois deixamos de ser escravas do calendário para dar asas a nossa imaginação. Experimentem!
Dicas de projetos independentes:
*Cores / Técnicas Artísticas/Dobradura
*Fábulas e Contos
*Culinárias típicas
*Horta/ Meio Ambiente/ Lixo
*Animais
*Meio de Comunicação
Dentre outros.
*Obviamente datas como dia das mães, dos pais e o natal não podem e nem devem ser deixadas de lado, por serem datas de grande importância. Mas existem algumas que poderíamos dar menos importância e aproveitar para INOVAR.
O PAPEL DA ESCOLA NO INCENTIVO Á LEITURA
Imagine uma escola em que as crianças topam com um livro a toda a hora. Quando querem procurar algo para fazer, lá estão os exemplares, disponíveis. Se é hora de procurar informações, também estarão eles lá, como opções. Para incentivar a escrita, contar histórias, eles são as estrelas. E aqui, estou falando de literatura: uma história que faça o leitor viajar, encontrar com medos, ver suas dúvidas, dar muita risada, descobrir o mundo. E treinar muito, claro, sua capacidade de leitura, de entendimento, de prazer com o livro.
Crianças que convivem em ambientes de leitores e para as quais adultos leem com frequência, interessam-se mais pela leitura e desenvolvem-se com maior facilidade nesta área. Conversando com educadores, pedagogos, críticos de literatura infantil e especialistas em programas de incentivo à leitura, numa rede social de educadores. Segue algumas dicas que pode fazer uma escola ser realmente parceira nesta bela empreitada.
• Leitura diária apresentar histórias diariamente ás crianças, mesmo aquelas que já estão alfabetizadas.
• Oferecer a criança oportunidade de manuseio de livros é muito importante, assim despertará na criança interesse pela leitura.
• Possuir acervos diversificados de livros, adequados á idade dos alunos, constantemente atualizados e bem conservados. As visitas à biblioteca ou cantinho de leitura devem fazer parte da rotina das crianças e, no local, é importante haver um profissional capaz de orientar os alunos e estimular a leitura.
• Oferecer possibilidade de levarem para a escola seus livros preferidos é um grande estímulo. Muitas escolas incentivam a prática, lendo em sala os livros dos alunos. Isso fará com que eles compartilhem com os amigos e, quem sabe, emprestem um para o outro.
• Ter os pais como parceiros as escolas devem chamar os pais como aliados no estímulo à leitura. Podem ser indicações em conversas, via internet ou em reuniões. Ou colocar livros à disposição na escola e convidar os pais a conhecer o acervo.
• Visita de autores encontros com autores são positivos para as crianças adquirirem maior intimidade com seus livros, histórias e personagens e perceberem que criar histórias é inclusive uma profissão. Mas a escolha precisa ser bem cuidada: de preferência, a escolha deve partir – ou pelo menos ser muito bem aprovada – pelas crianças. Nada de fazer as crianças conhecerem o autor indicado somente porque ele vai lá. O bacana é oferecer, ver o que agrada e contatar as editoras.
• Professores leitores e atualizados para atuar na formação de novos leitores, ninguém melhor do que professores leitores, nem a contratação de um professor deve ser efetivada caso ele não se revele um leitor ativo. “O trabalho feito por professores não leitores pode prejudicar o vínculo da criança com o livro, pois quem não garimpa livros antes da indicação e da adoção, nem sempre vai escolher títulos realmente capazes de sensibilizar os alunos”, diz Sueli Cagneti, professora de Literatura Infantil e Juvenil da Universidade da Região de Joinville (SC). Elizabeth Serra, pedagoga e Secretária Geral da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, concorda e acredita que a escola deve promover grupos de leitura entre professores, como parte de um projeto de formação continuada.
Minha paixão por leitura começou quando tive a oportunidade de conhecer um amante e apaixonado por livros, Rubem Alves, esse que considero um dos maiores escritores que já pude conhecer. Ele me vez ver a educação com sensibilidade e ser louca por livros.
Rubem Alves tem o dom de fazer das palavras e das ideias brinquedos e instrumentos divertidos para transmitir conhecimentos.
Espero ter ajudado vocês com as dicas acima.
Será que ser professor é ser mais um? Tenho presenciado algumas cenas tristes na educação e isso me levou a fazer a seguinte reflexão:
Ser professor é ser um “[...] grande agente do processo educacional.” (Ramos, 2007). Ele é um agente de transformação integral, capaz de abrir novos horizontes para os que atentam para as suas palavras com ouvidos aguçados, buscando instruções. Ele instiga diferentes públicos a se transformarem referenciais em tudo o que fazem.
Diante dessa “glória” e responsabilidade, o mestre precisa ter o cuidado de não ser mais um no cenário educacional. Por que mais um? Porque muitos, em alguma encruzilhada de sua caminhada deixaram um importante elemento à margem: paixão! Trocaram o ardor pelo seu dom por comodismo intelectual e interesses egoístas.
Para o docente não ser mais um, ele precisa com veemência inculcar na sua consciência a importância do que é ser professor. Ser professor é estar disposto sempre a querer reaprender. Sem essa condição o mesmo perecerá na jornada que lhe é proposta, pois, trocará sua fala temperada, sábia, persuasiva, afável, sua pedagogia estratégica e inclusiva, pelo totalitarismo que fluirá da cauterização de uma mente não renovada.
Há professores que esquece o que é ser professor, o que é ter paixão pela educação, seus valores, princípios, esquecem que estão lidando com vidas. Seu interesse maior, é o bolso cheio dinheiro. Cada vez mais observo professores esquecendo de reaprender. Tenho me “policiar” o tempo todo para não cair nessa armadilha DE SER MAIS na vida dos meus alunos, quero ser EDUCADORA. Leomar kieckhoelfel, diz o seguinte: “vocês como professores serão lembrados não por aquilo que ensinaram e sim pelo que vocês foram para cada educando”.
Com isso, é válido salientar que essas mentes feridas foram desestimuladas através do golpear dos que são mais um, o desencadeamento de gerações que foram frustradas e ainda o são com o seu potencial por causa da indisposição de docentes. Abortam-se sonhos. O fato de não terem um olhar mais apurado para as diferentes situações existentes em salas de aulas, para a singularidade de cada ser com suas necessidades especiais e, afirmo assim não somente os portadores dela, mas, sim para o discente em suas limitações, mostra quão grade desafio é fazer-se professor.
Para tanto, os que são mais um, precisam mergulhar de cabeça no entendimento e ação do que vem a ser uma educação diferenciada, do contrário, continuaram roubando dos discentes a dignidade que a essência de um professor pode lhe oferecer.
Precisa-se lembrar que o professor não quer ser conhecido como mais um e sim como aquele que tem uma “[...] identidade, vocação e significação daquilo que se busca oferecer à sociedade por meio da profissão”. (Kieckhoefel, 2007).
Gostaria que cada um de vocês refletisse que tipo de professor (a) está sendo, não seja mais um faça a diferença. Sejam EDUCADORES (AS) comprometidos com a paixão de ensinar.
SEXUALIDADE INFANTIL NA ESCOLA
Aspectos pedagógicos e socioculturais
Os profissionais da saúde e da educação percebem com bastante frequência as dificuldades de pais e familiares em lidar com as manifestações das crianças no terreno da sexualidade. Os mesmos profissionais reconhecem suas próprias limitações em compreender e abordar o assunto.
Inicialmente, precisamos ver a sexualidade não apenas como mais uma das inúmeras funções do organismo (como respiração, digestão, circulação etc.), e sim como uma das mais relevantes para que a criança construa sua própria identidade e se perceba como uma Pessoa Humana. É a principal função para o desenvolvimento de todas as potencialidades construtivas do organismo, ou seja, para que a criança aprenda desde cedo a lidar com seu corpo e, através dele, explorar o mundo ao seu redor. A energia para esse evoluir contínuo chama-se libido. Essa grandeza energética atinge seu máximo potencial durante o relacionamento sexual, porém já desde a tenra infância alimenta todo o ciclo de integração do indivíduo com o mundo que lhe cerca. É essa energia, transmutada em afetividade, que estrutura e consolida a relação da criança com sua família e seus cuidadores (incluindo professores) para a formação de uma personalidade destinada ao futuro exercício de uma cidadania ativa. O principal que nós adultos temos a fazer é colaborar para esta harmoniosa canalização da libido infantil. Precisamos nos tranquilizar que nem sempre a criança segue uma direção absolutamente disciplinada e laboriosa na utilização da libido. Isso acontece mesmo que nós oportunizemos e facilitemos as atividades mais atraentes e produtivas para a construção do Ser da criança, pois a libido dos pequenos muitas vezes excede a necessidade de sua utilização pelo trabalho pedagógico, lúdico ou laboral que nós propomos aos pequenos. Ainda sobra energia. Além disso, dessas condições normais, há ainda os conflitos internos ou no seio do lar que fazem a criança extravasar comportamentalmente sua energia libidinal. É aí que presenciamos, por exemplo, manipulação de genitais, imitação de atos hetero ou homossexuais, vocabulário erotizado, rudimentares desenhos pornográficos e gestos obscenos.
A criança a partir dos dois anos de idade ela começa a descobrir seu próprio corpo, chamamos de identidade sexual. Cabe á família e o educador estarem atento ao simbolismo com que as crianças expressam sentimentos, angústia, irreverência, oposição etc., pois a primeira infância é um período pré-conceptual, ou seja, ainda não existe uma estrutura neural competente para viabilizar operações e conceitos formais e concretos. Trabalhar ludicamente a simbologia da linguagem infantil, valorizar a semiologia do imaginário da criança – eis a grande cartada para a promoção de uma sexualidade dignificante. É curioso saber que, segundo várias pesquisas com meninas adolescentes, a curiosidade é o principal fator que as leva a iniciar sua atividade sexual. Não é preciso imaginação para perceber que o fator “curiosidade” é ainda mais imponente na primeira infância. Satisfazer e não reprimir a curiosidade das crianças é um postulado básico de qualquer processo pedagógico. Mas satisfazer também com simbolização e não com protocolos e expedientes banalizados, inadequados ou inacessíveis aos pequeninos. A criança é mágica por natureza e, consequentemente, aprende por símbolos, desde que estes possam se situar dentro de seu campo fenomenal. A criança trabalha com símbolos, pois brincar é seu trabalho, e este trabalho não é menos valioso que o trabalho dos adultos. Precisamos atribuir à simbologia infantil o status de conhecimento.
As crianças que estão na Educação Infantil e no Fundamental já têm sexualidade e os professores precisam saber lidar com ela.
Freud dia “A criança não é um anjinho de candura e inocência: ela tem sexualidade que se desenvolve do nascimento até a vida adulta”.
Essa afirmação serve para respaldar a necessidade que os professores de Ensino Infantil e Fundamental têm de estar preparados para lidar com a sexualidade.
Afinal, já a partir dos três anos de idade, a sexualidade fica mais evidenciada entre as crianças. Não se trata de erotização, mas da curiosidade com o sexo. Trata-se do interesse pelas diferenças entre o pai e a mãe, o menino e a menina, não tem nada a ver com o banho hormonal da adolescência.
É preciso lidar com o fato como se lida com uma criança que brinca muito com o mesmo brinquedo. Por exemplo, se o garoto joga bola por muito tempo, ninguém diz que o pé dele vai cair ou que irão crescer pelos nos pés. Simplesmente, o professor recomenda que ele deixe a quadra e volte para a classe para outra atividade. Naturalmente. Com o sexo deve ser da mesma forma. Basta distrair a criança, dizer que aquilo não é coisa que se faz em público.
Na Educação Infantil, se uma criança fizer uma pergunta relacionada a sexo o professor deve responder de forma curta e correta, esclarecendo que a sexualidade existe. Explicando, por exemplo, de onde as crianças vêm: da barriga da mãe e que o pai colocou uma semente dentro dela.
“Mas para que isso ocorra é necessário investir no professor. Se ele tem dificuldades com sua própria sexualidade, como lidar com a dos alunos?” Não há problemas em preparar os educadores para tratar desse assunto, uma vez que não há a intenção de formá-los terapeutas. Mas sim, deixá-los prontos para lidar com as experiências referentes à sexualidade que apareçam em seu dia-a-dia. “O assunto sexualidade deve ser colocado como um dos temas transversais e o professor precisam estar bem informados para não criar tabus, problemas ou traumas nas crianças.”
Uma coisa que deixa os professores de Educação Infantil e Fundamental de cabelo em pé, é a masturbação infantil. “Há crianças com três anos de idade que descobrem que mexer nos órgãos genitais é algo gostoso. E não tiram mais a mão de lá. As meninas, por exemplo, ficam puxando a calcinha em público.” Essas atitudes da criança levam os professores imaginarem que as crianças com este comportamento sexual devem ter problemas ou sofrido algum abuso, mas não é nada disso. “Não há nada de excepcional ou problemático neste comportamento. Basta mostrar para a criança, de forma natural, que são coisas que não devem ser feitas em público e distraí-las com outras atividades, como se fosse uma brincadeira em excesso.”
Por volta dos três anos, a criança passa por mudanças significativas: deixa de usar fraldas, torna-se mais independente dos pais e descobre seu corpo. Nessa “exploração”, ela se toca e acaba descobrindo o prazer que isso causa. “Essa fase faz parte do desenvolvimento, assim como engatinhar, andar e falar”.
Nem por isso deve-se considerar tudo natural e permitido. É possível que a masturbação seja um problema quando é frequente. Pode ser sintoma de que a criança não consegue encontrar prazer nas brincadeiras e no relacionamento com amiguinhos.
Sendo assim o professor deve agir da seguinte maneira:
Em primeiro lugar, explique que há coisas que não devem ser feitas na frente das pessoas, como cocô e xixi ou brincar com os órgãos sexuais. Mostre a diferença entre público e privado e não entre certo e errado. Recriminar pode ser desastroso, pois é possível que a criança acabe por misturar sentimento de prazer e satisfação com complexo de culpa.
Segundo, desvie a atenção dessas crianças para os prazeres da escola, como pintar, tocar um instrumento, brincar, correr, dançar e jogar. Valorize a imagem e melhore a autoestima delas, elogiando suas tarefas e dando-lhe atenção.
Proponho “repensar” de conceitos e atitudes e não ignorar a sexualidade. Devemos tratar o tema como coisa normal e essencial como beber água, comer ou respirar.
Quando todos nós encaramos a sexualidade desta maneira, sem sombra de dúvidas, teremos ao menos encaminhada uma geração sexualmente saudável e responsável.
VIOLÊNCIA E ABUSO SEXUAL - CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
O abuso sexual de menores corresponde a qualquer ato sexual abusivo praticado contra uma criança ou adolescente. É uma forma de abuso infantil. Embora geralmente o abusador seja uma pessoa adulta, pode acontecer também de um adolescente abusar sexualmente de uma criança.
Num sentido estrito, o termo "abuso sexual" corresponde ao ato sexual obtido por meio de violência, coação irresistível, chantagem, ou como resultado de alguma condição debilitante ou que prejudique razoavelmente a consciência e o discernimento, tal como o estado de sono, de excessiva sonolência.
Num sentido mais amplo, embora de menor exatidão, o termo "abuso sexual de menores" pode designar, também, qualquer forma de exploração sexual de crianças e adolescentes, incluindo o incentivo à prostituição, a escravidão sexual, a migração forçada para fins sexuais, o turismo sexual, o rufianismo e a pornografia infantil.
A violência não se restringe apenas no abuso, mas na violência física, verbal, doméstica, psicológica.
Formas de violências e abusos:
Existem duas formas de abuso sexual que os adultos podem praticar contra as crianças e os adolescentes: com contato físico ou sem contato físico. Nos dois casos, o adulto abusa da criança e do adolescente para conseguir algum tipo de prazer ou satisfação interior.
Violência sexual: forçar relações sexuais, usando violência física ou fazendo ameaças verbais.
Exploração sexual de menores: pedir ou obrigar a criança ou o jovem a participar de atos sexuais em troca de dinheiro ou outra forma de pagamento.
Assédio: falar sobre sexo de forma exageradamente vulgar.
Exibicionismo (ato obsceno): mostrar as partes sexuais com intenção erótica.
Pornografia infantil: tirar fotos ou filmar poses pornográficas ou de sexo explícito.
Consequências:
As consequências de uma violência sexual praticada contra crianças e adolescentes podem ser físicas, psicológicas ou de comportamento.
Físicas:
• Dor constante na vagina ou no ânus.
• Corrimento vaginal.
• Inflamações e hemorragias.
• Gravidez precoce, colocando em risco a vida da criança ou adolescente.
• Doenças sexualmente transmissíveis, como AIDS, hepatite B, etc.
Psicológicas:
• Sentimento de culpa
• Sentimento de isolamento de ser diferente.
• Sentimento de estar "marcado" para o resto da vida.
• Depressão.
• Falta de amor próprio (baixa autoestima).
• Medo indefinido permanente.
• Tentativa de suicídio.
• Medo de sair na rua.
• Baixo rendimento escolar.
Comportamental:
• Dificuldade de expressar o sentimento de raiva.
• Queda no rendimento escolar
• Atitudes autodestrutivas: uso excessivo de álcool, de drogas, por adolescentes etc.
• Tendência ao abuso das relações sexuais.
• Regressão da linguagem e do comportamento.
• Agressividade contra a família.
Pessoas que cometem violência sexual:
Na maioria das vezes que acontece um abuso sexual, o abusador é uma pessoa que a criança confia, conhece e muitas vezes ama. Existe uma tendência das pessoas acharem que o molestador se enquadra na descrição de alguém que sofre de distúrbios psicológicos (será pedófilo somente se possuir uma preferência sexual por crianças pré-púberes), um psicótico portanto, ou então num homossexual em geral; nada mais enganoso. Pesquisas demostram que o perfil da grande maioria dos abusadores são homens heterossexuais e as vítimas são meninas. Os agressores sexuais de crianças e adolescentes que sofrem distúrbios psiquiátricos são uma minoria. São pessoas aparentemente "normais", com laços estreitos com a vítima. Pode ser uma pessoa da família, como pai, padrasto, avô, primos, tios, alguém conhecido e supostamente de confiança, como vizinhos, amigos dos pais, ou mesmo alguém com estatuto de confiança social (educadores, padres, pastores, etc.)
O adulto que comete violência sexual sempre pede para a criança guardar segredo sobre o que aconteceu usando diversas formas de pressão. É muito comum a criança se sentir culpada e até merecedora da violência em si, haja vista ela não ter estrutura mental suficiente para explicar tal ato cometido contra si. Aliado ao sentimento de culpa, a pressão psicológica exercida pelo perpetrador, o próprio laço de afeição entre estes (não se esqueçam que normalmente o abuso ocorre entre familiares).
Ao notar algo diferente no comportamento da criança ou adolescente que você conheça denuncie imediatamente.
Regina Gregório
COMO GARANTIR A ACOLHIDA DOS ALUNOS NOS PRIMEIROS DIAS DE AULA
Antes de os alunos chegarem, combine com a equipe docente e funcionários a maneira como a sala de aula deve estar organizada. No primeiro dia, as formações circulares facilitam a integração e por isso são mais indicadas do que fileiras (que não favorecem a socialização). Nas salas da Educação Infantil, aconselha-se a organizar cantos de brincadeiras (veja exemplos no vídeo Ateliê de Entrada) - para ajudar a entreter as crianças antes que a turma esteja completa e também já iniciando um processo de socialização e aprendizagem. A coordenação pedagógica, junto com os professores de cada turma, poderá decidir quais cantos são mais interessantes para as diversas faixas etárias.
Decidam em conjunto o local em que cada um receberá os alunos. A sugestão é que a equipe gestora fique no portão para cumprimentar não somente as crianças e os jovens mas também os pais que costumam acompanhar os filhos à escola. Os professores podem esperar pelos alunos na porta da sala de aula. Combine com os funcionários de apoio que eles se posicionem nos corredores e em locais em que possam ajudar a informar a localização de cada classe ou ainda orientar sobre o caminho para os banheiros, o bebedouro etc. e outras dúvidas que os estudantes possam ter.
Reflita com os professores sobre a importância de apresentar os novos alunos aos demais antes do início dos trabalhos. Peça aos docentes que estimulem a criança a falar um pouco sobre ele mesmo, seu histórico e sua relação com os estudos. Depois, todos podem contar o que fizeram durante as férias. Os professores podem contribuir dando ideias para organizar esse momento e apresentar maneiras de fazer isso. Exemplos: cada aluno pode contar sobre algo que aprendeu nas férias, um lugar que visitou, uma história que leu ou assistiu. Entre os mais velhos, também é interessante falar dos planos que têm para o ano, o que pode incluir um curso ou uma atividade extra ou estudar para o vestibular.
É comum que os alunos novos demorem um pouco para se enturmar com um grupo já formado. Para facilitar esse período, adote um sistema de tutoria em que um colega da turma que já estuda na escola há mais tempo mostre ao novato todos os departamentos, o acompanhe e oriente em relação aos procedimentos da escola e tire suas dúvidas. Esse acompanhamento pode variar de uma semana a um mês. Algumas escolas marcam o início das aulas para os novatos um ou dois dias depois do início oficial das aulas. Nesses dias, o professor dá informações sobre o novo colega que vai chegar (nome, de onde ele vem, o que fazem os pais etc.) e escolhe o aluno que fará a tutoria. Em instituições em que há grêmio estudantil, essa recepção pode ser feita por um membro da entidade.
Reforce também a importância dos funcionários de apoio e administrativos serem receptivos com todos e especialmente solícitos com quem ainda não conhece as dependências e rotina da unidade. Estude a hipótese de a classe do primeiro ano - em que todos devem ser novos - fazer uma excursão pela escola com paradas em cada setor para que um responsável da área explique o funcionamento da cantina, da biblioteca, da secretaria, etc. Algumas escolas marcam o início das aulas em dias diferentes para cada três ou quatro turmas para que todos os funcionários deem atenção a chegada de todos.
As primeiras aulas devem apresentar os conteúdos que serão trabalhados durante um período (bimestre, trimestre ou semestre), de acordo com o que foi planejado na semana pedagógica. Uma maneira de apresentar os projetos que serão desenvolvidos é mostrar à turma os trabalhos feitos sobre o tema em anos anteriores. Ao coordenador pedagógico, cabe orientar os professores para que façam uma avaliação inicial antes de introduzir cada conteúdo. As perguntas, quando bem elaboradas, além de dar uma noção precisa do que cada aluno sabe sobre o tema e de que ponto os professores podem avançar, servem para despertar a curiosidade e dar uma prévia do que as crianças aprenderão durante o projeto.
Decida com a equipe, também no final da semana pedagógica, quem apresentará o estatuto da escola - e como - e em que momentos serão feitos os combinados entre professores e alunos. O próprio diretor pode ter essa função. Para isso, ele precisará ir de sala em sala, se apresentando, dando as boas vindas e explicando algumas regras de convivência já em vigor - que devem ser transmitidas de forma que os alunos entendam porque elas existem. Uma sugestão é partir dos direitos de cada um para os deveres de todos. Por exemplo: todo estudante tem direito a material didático de qualidade, para isso cada um deve cuidar bem dos livros que usará naquele ano para que eles possam ser reutilizados no próximo. É importante gastar alguns minutos com o assunto logo nos primeiros dias de aula, antes que as situações em que caberia o uso de determinadas regras ocorram. Com as regras gerais conhecidas, cada professor pode organizar com a uma turma os combinados internos. Para isso é preciso ouvir os alunos e sistematizar as discussões, chegando a normas internas para cada grupo.
Fonte: Revista Nova Escola
GAIOLAS E ASAS
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-las para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
Esse simples aforismo nasceu de um sofrimento: sofri conversando com professoras de segundo grau, em escolas de periferia. O que elas contam são relatos de horror e medo. Balbúrdia, gritaria, desrespeito, ofensas, ameaças… E elas, timidamente, pedindo silêncio, tentando fazer as coisas que a burocracia determina que sejam feitas, como dar o programa, fazer avaliações… Ouvindo os seus relatos, vi uma jaula cheia de tigres famintos, dentes arreganhados, garras à mostra – e a domadoras com seus chicotes, fazendo ameaças fracas demais para a força dos tigres.
Sentir alegria ao sair de casa para ir à escola? Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O sonho é livrar-se de tudo aquilo. Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres é a mesma porta que as fecha com os tigres.
Nos tempos de minha infância, eu tinha um prazer cruel: pegar passarinhos. Fazia minhas próprias arapucas, punha fubá dentro e ficava escondido, esperando… O pobre passarinho vinha, atraído pelo fubá. Ia comendo, entrava na arapuca e pisava no poleiro. E era uma vez um passarinho voante. Cuidadosamente eu enfiava a mão na arapuca, pegava o passarinho e o colocava dentro de uma gaiola. O pássaro se lançava furiosamente contra os arames, batia as asas, crispava as garras e enfiava o bico entre os vãos. Na inútil tentativa de ganhar de novo o espaço, ficava ensanguentado… Sempre me lembro com tristeza da minha crueldade infantil.
Violento, o pássaro que luta contra os arames da gaiola? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende? Violentos, os adolescentes de periferia? Ou serão as escolas que são violentas? As escolas serão gaiolas? Vão me falar sobre a necessidade das escolas dizendo que os adolescentes de periferia precisam ser educados para melhorarem de vida. De acordo. É preciso que os adolescentes, que todos, tenham uma boa educação. Uma boa educação abre os caminhos de uma vida melhor. Mas eu pergunto: nossas escolas estão dando uma boa educação? O que é uma boa educação?
O que os burocratas pressupõe sem pensar é que os alunos ganham uma boa educação se aprendem os conteúdos dos programas oficiais. E, para testar a qualidade da educação, criam mecanismos, provas e avaliações, acrescidos dos novos exames elaborados pelo Ministério da Educação.
Mas será mesmo? Será que a aprendizagem dos programas oficiais se identifica com o ideal de uma boa educação? Você sabe o que é “dígrafo”? E os usos da partícula “se”? E o nome das enzimas que entram na digestão? E o sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante”? Qual a utilidade da palavra “mesóclise”? Pobres professoras, também engaioladas… São obrigadas a ensinar o que os programas mandam, sabendo que é inútil. Isso é hábito velho das escolas. Bruno Bettelheim relata sua experiência com as escolas: “Fui forçado (!) a estudar o que os professores haviam decidido que eu deveria aprender. E aprender à sua maneira”.
O sujeito da educação é o corpo, porque é nele que está a vida. É o corpo que quer aprender para poder viver. É ele que dá as ordens. A inteligência é um instrumento do corpo cuja função é ajudá-lo a viver. Nietzsche dizia que ela, a inteligência, era “ferramenta” e “brinquedo” do corpo. Nisso se resume o programa educacional do corpo: aprender “ferramentas”, aprender “brinquedos”.
“Ferramentas” são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia-a-dia. “Brinquedos” são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma.
Nessas duas palavras, ferramentas e brinquedos, está o resumo da educação. Ferramentas e brinquedos não são gaiolas. São asas. Ferramentas me permitem voar pelos caminhos do mundo.
Brinquedos me permitem voar pelos caminhos da alma. Quem está aprendendo ferramentas e brinquedos está aprendendo liberdade, não fica violento. Fica alegre, vendo as asas crescer… Assim todo professor, ao ensinar, teria de se perguntar: “Isso que vou ensinar, é ferramenta? É brinquedo?” Se não for, é melhor deixar de lado.
As estatísticas oficiais anunciam o aumento das escolas e o aumento dos alunos matriculados. Esses dados não me dizem nada. Não me dizem se são gaiolas ou asas. Mas eu sei que há professores que amam o voo dos seus alunos. Há esperança…
Rubem Alves
A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO NO CEI
Nos primeiros anos de vida, é essencial para o crescimento e desenvolvimento da criança, uma alimentação de qualidade e quantitativamente adequada, pois ela proporciona ao organismo a energia e os nutrientes necessários para o bom desempenho de suas funções e para a manutenção da saúde. As práticas alimentares são adquiridas durante toda a vida, destacando-se os primeiros anos como um período muito importante para o estabelecimento de hábitos alimentares que promovam a saúde do indivíduo.
As crianças que começam a frequentar os CEIs antes de completarem seis meses de idade precisam receber atenção especial quanto a sua alimentação, isso constitui fatores fundamentais para o desenvolvimento nutricional, motor, cognitivo e psicossocial das crianças, nos primeiros meses de vida. Lembrando que toda orientação precisa acontecer em parceria com a mãe da criança.
A escola é um espaço privilegiado para a promoção da saúde e desempenha papel fundamental na formação de valores, hábitos e estilos de vida, entre eles o da alimentação. Proporcionar um ambiente favorável à vivência de saberes e sabores favorece a construção de uma relação saudável da criança com o alimento.
As unidades educacionais devem fornecer utensílios básicos de alimentação para as crianças utilizarem como: pratos e talheres, sempre orientando os quanto ao uso correto.
Os profissionais devem ser preparados e instruídos quanto ao incentivar a criança a consumir todos os tipos de alimentos, incluindo frutas, verduras e legumes. A tendência da criança é recusar no primeiro momento, coisa normal, portanto cabe ao educador sempre estar oferecendo nas próximas refeições. O educador não deve forçar a criança a comer se ela não quiser, mas proporcionar atividades que agucem a curiosidade e o paladar da criança.
De acordo com o manual de refeições do CEI é imprescindível que a alimentação da criança seja realizada em ambiente agradável e tranquilo e o profissional deve dedicar lhe atenção e ajudar a criança sempre que necessário.
Uma forma de reduzir os riscos à saúde é a adoção das Boas Práticas em todos os locais que manipulam alimentos, fazendo uso dos métodos de higiene como orientar a criança a lavar as mãos antes de qualquer refeição, os profissionais devem sempre usar as toucas para cabelo e roupas adequadas, reduzindo assim os riscos de contaminação dos alimentos. A qualidade sanitária do alimento é essencial para promoção e manutenção da saúde e deve ser assegurada pelo controle de todas as etapas durante a manipulação de alimentos.
O programa de alimentação escolar deve fazer parte do dia a dia dos educadores, educandos e todos os envolvidos na educação, promovendo curso de capacitação aos profissionais responsáveis pelo preparo da alimentação escolar e incentivar a pesquisa de materiais e métodos educativos que são ações importantes visando uma boa nutrição infantil nas escolas.
Regina Gregório
INOVANDO
*Cores / Técnicas Artísticas/Dobradura
*Fábulas e Contos
*Culinárias típicas
*Horta/ Meio Ambiente/ Lixo
*Animais
*Meio de Comunicação
*Obviamente datas como dia das mães, dos pais e o natal não podem e nem devem ser deixadas de lado, por serem datas de grande importância. Mas existem algumas que poderíamos dar menos importância e aproveitar para INOVAR.
Regina Gregório
Crianças que convivem em ambientes de leitores e para as quais adultos leem com frequência, interessam-se mais pela leitura e desenvolvem-se com maior facilidade nesta área. Conversando com educadores, pedagogos, críticos de literatura infantil e especialistas em programas de incentivo à leitura, numa rede social de educadores. Segue algumas dicas que pode fazer uma escola ser realmente parceira nesta bela empreitada.
• Leitura diária apresentar histórias diariamente ás crianças, mesmo aquelas que já estão alfabetizadas.
• Oferecer a criança oportunidade de manuseio de livros é muito importante, assim despertará na criança interesse pela leitura.
• Possuir acervos diversificados de livros, adequados á idade dos alunos, constantemente atualizados e bem conservados. As visitas à biblioteca ou cantinho de leitura devem fazer parte da rotina das crianças e, no local, é importante haver um profissional capaz de orientar os alunos e estimular a leitura.
• Oferecer possibilidade de levarem para a escola seus livros preferidos é um grande estímulo. Muitas escolas incentivam a prática, lendo em sala os livros dos alunos. Isso fará com que eles compartilhem com os amigos e, quem sabe, emprestem um para o outro.
• Ter os pais como parceiros as escolas devem chamar os pais como aliados no estímulo à leitura. Podem ser indicações em conversas, via internet ou em reuniões. Ou colocar livros à disposição na escola e convidar os pais a conhecer o acervo.
• Visita de autores encontros com autores são positivos para as crianças adquirirem maior intimidade com seus livros, histórias e personagens e perceberem que criar histórias é inclusive uma profissão. Mas a escolha precisa ser bem cuidada: de preferência, a escolha deve partir – ou pelo menos ser muito bem aprovada – pelas crianças. Nada de fazer as crianças conhecerem o autor indicado somente porque ele vai lá. O bacana é oferecer, ver o que agrada e contatar as editoras.
• Professores leitores e atualizados para atuar na formação de novos leitores, ninguém melhor do que professores leitores, nem a contratação de um professor deve ser efetivada caso ele não se revele um leitor ativo. “O trabalho feito por professores não leitores pode prejudicar o vínculo da criança com o livro, pois quem não garimpa livros antes da indicação e da adoção, nem sempre vai escolher títulos realmente capazes de sensibilizar os alunos”, diz Sueli Cagneti, professora de Literatura Infantil e Juvenil da Universidade da Região de Joinville (SC). Elizabeth Serra, pedagoga e Secretária Geral da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, concorda e acredita que a escola deve promover grupos de leitura entre professores, como parte de um projeto de formação continuada.
Minha paixão por leitura começou quando tive a oportunidade de conhecer um amante e apaixonado por livros, Rubem Alves, esse que considero um dos maiores escritores que já pude conhecer. Ele me vez ver a educação com sensibilidade e ser louca por livros.
Rubem Alves tem o dom de fazer das palavras e das ideias brinquedos e instrumentos divertidos para transmitir conhecimentos.
Espero ter ajudado vocês com as dicas acima.
Regina Gregório
SER PROFESSOR
Ser professor é ser um “[...] grande agente do processo educacional.” (Ramos, 2007). Ele é um agente de transformação integral, capaz de abrir novos horizontes para os que atentam para as suas palavras com ouvidos aguçados, buscando instruções. Ele instiga diferentes públicos a se transformarem referenciais em tudo o que fazem.
Diante dessa “glória” e responsabilidade, o mestre precisa ter o cuidado de não ser mais um no cenário educacional. Por que mais um? Porque muitos, em alguma encruzilhada de sua caminhada deixaram um importante elemento à margem: paixão! Trocaram o ardor pelo seu dom por comodismo intelectual e interesses egoístas.
Para o docente não ser mais um, ele precisa com veemência inculcar na sua consciência a importância do que é ser professor. Ser professor é estar disposto sempre a querer reaprender. Sem essa condição o mesmo perecerá na jornada que lhe é proposta, pois, trocará sua fala temperada, sábia, persuasiva, afável, sua pedagogia estratégica e inclusiva, pelo totalitarismo que fluirá da cauterização de uma mente não renovada.
Há professores que esquece o que é ser professor, o que é ter paixão pela educação, seus valores, princípios, esquecem que estão lidando com vidas. Seu interesse maior, é o bolso cheio dinheiro. Cada vez mais observo professores esquecendo de reaprender. Tenho me “policiar” o tempo todo para não cair nessa armadilha DE SER MAIS na vida dos meus alunos, quero ser EDUCADORA. Leomar kieckhoelfel, diz o seguinte: “vocês como professores serão lembrados não por aquilo que ensinaram e sim pelo que vocês foram para cada educando”.
Com isso, é válido salientar que essas mentes feridas foram desestimuladas através do golpear dos que são mais um, o desencadeamento de gerações que foram frustradas e ainda o são com o seu potencial por causa da indisposição de docentes. Abortam-se sonhos. O fato de não terem um olhar mais apurado para as diferentes situações existentes em salas de aulas, para a singularidade de cada ser com suas necessidades especiais e, afirmo assim não somente os portadores dela, mas, sim para o discente em suas limitações, mostra quão grade desafio é fazer-se professor.
Para tanto, os que são mais um, precisam mergulhar de cabeça no entendimento e ação do que vem a ser uma educação diferenciada, do contrário, continuaram roubando dos discentes a dignidade que a essência de um professor pode lhe oferecer.
Precisa-se lembrar que o professor não quer ser conhecido como mais um e sim como aquele que tem uma “[...] identidade, vocação e significação daquilo que se busca oferecer à sociedade por meio da profissão”. (Kieckhoefel, 2007).
Gostaria que cada um de vocês refletisse que tipo de professor (a) está sendo, não seja mais um faça a diferença. Sejam EDUCADORES (AS) comprometidos com a paixão de ensinar.
Regina Gregório
Aspectos pedagógicos e socioculturais
Inicialmente, precisamos ver a sexualidade não apenas como mais uma das inúmeras funções do organismo (como respiração, digestão, circulação etc.), e sim como uma das mais relevantes para que a criança construa sua própria identidade e se perceba como uma Pessoa Humana. É a principal função para o desenvolvimento de todas as potencialidades construtivas do organismo, ou seja, para que a criança aprenda desde cedo a lidar com seu corpo e, através dele, explorar o mundo ao seu redor. A energia para esse evoluir contínuo chama-se libido. Essa grandeza energética atinge seu máximo potencial durante o relacionamento sexual, porém já desde a tenra infância alimenta todo o ciclo de integração do indivíduo com o mundo que lhe cerca. É essa energia, transmutada em afetividade, que estrutura e consolida a relação da criança com sua família e seus cuidadores (incluindo professores) para a formação de uma personalidade destinada ao futuro exercício de uma cidadania ativa. O principal que nós adultos temos a fazer é colaborar para esta harmoniosa canalização da libido infantil. Precisamos nos tranquilizar que nem sempre a criança segue uma direção absolutamente disciplinada e laboriosa na utilização da libido. Isso acontece mesmo que nós oportunizemos e facilitemos as atividades mais atraentes e produtivas para a construção do Ser da criança, pois a libido dos pequenos muitas vezes excede a necessidade de sua utilização pelo trabalho pedagógico, lúdico ou laboral que nós propomos aos pequenos. Ainda sobra energia. Além disso, dessas condições normais, há ainda os conflitos internos ou no seio do lar que fazem a criança extravasar comportamentalmente sua energia libidinal. É aí que presenciamos, por exemplo, manipulação de genitais, imitação de atos hetero ou homossexuais, vocabulário erotizado, rudimentares desenhos pornográficos e gestos obscenos.
A criança a partir dos dois anos de idade ela começa a descobrir seu próprio corpo, chamamos de identidade sexual. Cabe á família e o educador estarem atento ao simbolismo com que as crianças expressam sentimentos, angústia, irreverência, oposição etc., pois a primeira infância é um período pré-conceptual, ou seja, ainda não existe uma estrutura neural competente para viabilizar operações e conceitos formais e concretos. Trabalhar ludicamente a simbologia da linguagem infantil, valorizar a semiologia do imaginário da criança – eis a grande cartada para a promoção de uma sexualidade dignificante. É curioso saber que, segundo várias pesquisas com meninas adolescentes, a curiosidade é o principal fator que as leva a iniciar sua atividade sexual. Não é preciso imaginação para perceber que o fator “curiosidade” é ainda mais imponente na primeira infância. Satisfazer e não reprimir a curiosidade das crianças é um postulado básico de qualquer processo pedagógico. Mas satisfazer também com simbolização e não com protocolos e expedientes banalizados, inadequados ou inacessíveis aos pequeninos. A criança é mágica por natureza e, consequentemente, aprende por símbolos, desde que estes possam se situar dentro de seu campo fenomenal. A criança trabalha com símbolos, pois brincar é seu trabalho, e este trabalho não é menos valioso que o trabalho dos adultos. Precisamos atribuir à simbologia infantil o status de conhecimento.
As crianças que estão na Educação Infantil e no Fundamental já têm sexualidade e os professores precisam saber lidar com ela.
Freud dia “A criança não é um anjinho de candura e inocência: ela tem sexualidade que se desenvolve do nascimento até a vida adulta”.
Essa afirmação serve para respaldar a necessidade que os professores de Ensino Infantil e Fundamental têm de estar preparados para lidar com a sexualidade.
Afinal, já a partir dos três anos de idade, a sexualidade fica mais evidenciada entre as crianças. Não se trata de erotização, mas da curiosidade com o sexo. Trata-se do interesse pelas diferenças entre o pai e a mãe, o menino e a menina, não tem nada a ver com o banho hormonal da adolescência.
É preciso lidar com o fato como se lida com uma criança que brinca muito com o mesmo brinquedo. Por exemplo, se o garoto joga bola por muito tempo, ninguém diz que o pé dele vai cair ou que irão crescer pelos nos pés. Simplesmente, o professor recomenda que ele deixe a quadra e volte para a classe para outra atividade. Naturalmente. Com o sexo deve ser da mesma forma. Basta distrair a criança, dizer que aquilo não é coisa que se faz em público.
Na Educação Infantil, se uma criança fizer uma pergunta relacionada a sexo o professor deve responder de forma curta e correta, esclarecendo que a sexualidade existe. Explicando, por exemplo, de onde as crianças vêm: da barriga da mãe e que o pai colocou uma semente dentro dela.
“Mas para que isso ocorra é necessário investir no professor. Se ele tem dificuldades com sua própria sexualidade, como lidar com a dos alunos?” Não há problemas em preparar os educadores para tratar desse assunto, uma vez que não há a intenção de formá-los terapeutas. Mas sim, deixá-los prontos para lidar com as experiências referentes à sexualidade que apareçam em seu dia-a-dia. “O assunto sexualidade deve ser colocado como um dos temas transversais e o professor precisam estar bem informados para não criar tabus, problemas ou traumas nas crianças.”
Uma coisa que deixa os professores de Educação Infantil e Fundamental de cabelo em pé, é a masturbação infantil. “Há crianças com três anos de idade que descobrem que mexer nos órgãos genitais é algo gostoso. E não tiram mais a mão de lá. As meninas, por exemplo, ficam puxando a calcinha em público.” Essas atitudes da criança levam os professores imaginarem que as crianças com este comportamento sexual devem ter problemas ou sofrido algum abuso, mas não é nada disso. “Não há nada de excepcional ou problemático neste comportamento. Basta mostrar para a criança, de forma natural, que são coisas que não devem ser feitas em público e distraí-las com outras atividades, como se fosse uma brincadeira em excesso.”
Por volta dos três anos, a criança passa por mudanças significativas: deixa de usar fraldas, torna-se mais independente dos pais e descobre seu corpo. Nessa “exploração”, ela se toca e acaba descobrindo o prazer que isso causa. “Essa fase faz parte do desenvolvimento, assim como engatinhar, andar e falar”.
Nem por isso deve-se considerar tudo natural e permitido. É possível que a masturbação seja um problema quando é frequente. Pode ser sintoma de que a criança não consegue encontrar prazer nas brincadeiras e no relacionamento com amiguinhos.
Sendo assim o professor deve agir da seguinte maneira:
Em primeiro lugar, explique que há coisas que não devem ser feitas na frente das pessoas, como cocô e xixi ou brincar com os órgãos sexuais. Mostre a diferença entre público e privado e não entre certo e errado. Recriminar pode ser desastroso, pois é possível que a criança acabe por misturar sentimento de prazer e satisfação com complexo de culpa.
Segundo, desvie a atenção dessas crianças para os prazeres da escola, como pintar, tocar um instrumento, brincar, correr, dançar e jogar. Valorize a imagem e melhore a autoestima delas, elogiando suas tarefas e dando-lhe atenção.
Proponho “repensar” de conceitos e atitudes e não ignorar a sexualidade. Devemos tratar o tema como coisa normal e essencial como beber água, comer ou respirar.
Quando todos nós encaramos a sexualidade desta maneira, sem sombra de dúvidas, teremos ao menos encaminhada uma geração sexualmente saudável e responsável.
Fonte: Revista Nova Escola edição 2008
Num sentido estrito, o termo "abuso sexual" corresponde ao ato sexual obtido por meio de violência, coação irresistível, chantagem, ou como resultado de alguma condição debilitante ou que prejudique razoavelmente a consciência e o discernimento, tal como o estado de sono, de excessiva sonolência.
Num sentido mais amplo, embora de menor exatidão, o termo "abuso sexual de menores" pode designar, também, qualquer forma de exploração sexual de crianças e adolescentes, incluindo o incentivo à prostituição, a escravidão sexual, a migração forçada para fins sexuais, o turismo sexual, o rufianismo e a pornografia infantil.
A violência não se restringe apenas no abuso, mas na violência física, verbal, doméstica, psicológica.
Formas de violências e abusos:
Existem duas formas de abuso sexual que os adultos podem praticar contra as crianças e os adolescentes: com contato físico ou sem contato físico. Nos dois casos, o adulto abusa da criança e do adolescente para conseguir algum tipo de prazer ou satisfação interior.
Violência sexual: forçar relações sexuais, usando violência física ou fazendo ameaças verbais.
Exploração sexual de menores: pedir ou obrigar a criança ou o jovem a participar de atos sexuais em troca de dinheiro ou outra forma de pagamento.
Assédio: falar sobre sexo de forma exageradamente vulgar.
Exibicionismo (ato obsceno): mostrar as partes sexuais com intenção erótica.
Pornografia infantil: tirar fotos ou filmar poses pornográficas ou de sexo explícito.
Consequências:
As consequências de uma violência sexual praticada contra crianças e adolescentes podem ser físicas, psicológicas ou de comportamento.
• Dor constante na vagina ou no ânus.
• Corrimento vaginal.
• Inflamações e hemorragias.
• Gravidez precoce, colocando em risco a vida da criança ou adolescente.
• Doenças sexualmente transmissíveis, como AIDS, hepatite B, etc.
• Sentimento de culpa
• Sentimento de isolamento de ser diferente.
• Sentimento de estar "marcado" para o resto da vida.
• Depressão.
• Falta de amor próprio (baixa autoestima).
• Medo indefinido permanente.
• Tentativa de suicídio.
• Medo de sair na rua.
• Baixo rendimento escolar.
• Dificuldade de expressar o sentimento de raiva.
• Queda no rendimento escolar
• Atitudes autodestrutivas: uso excessivo de álcool, de drogas, por adolescentes etc.
• Tendência ao abuso das relações sexuais.
• Regressão da linguagem e do comportamento.
• Agressividade contra a família.
Na maioria das vezes que acontece um abuso sexual, o abusador é uma pessoa que a criança confia, conhece e muitas vezes ama. Existe uma tendência das pessoas acharem que o molestador se enquadra na descrição de alguém que sofre de distúrbios psicológicos (será pedófilo somente se possuir uma preferência sexual por crianças pré-púberes), um psicótico portanto, ou então num homossexual em geral; nada mais enganoso. Pesquisas demostram que o perfil da grande maioria dos abusadores são homens heterossexuais e as vítimas são meninas. Os agressores sexuais de crianças e adolescentes que sofrem distúrbios psiquiátricos são uma minoria. São pessoas aparentemente "normais", com laços estreitos com a vítima. Pode ser uma pessoa da família, como pai, padrasto, avô, primos, tios, alguém conhecido e supostamente de confiança, como vizinhos, amigos dos pais, ou mesmo alguém com estatuto de confiança social (educadores, padres, pastores, etc.)
O adulto que comete violência sexual sempre pede para a criança guardar segredo sobre o que aconteceu usando diversas formas de pressão. É muito comum a criança se sentir culpada e até merecedora da violência em si, haja vista ela não ter estrutura mental suficiente para explicar tal ato cometido contra si. Aliado ao sentimento de culpa, a pressão psicológica exercida pelo perpetrador, o próprio laço de afeição entre estes (não se esqueçam que normalmente o abuso ocorre entre familiares).
Ao notar algo diferente no comportamento da criança ou adolescente que você conheça denuncie imediatamente.
Regina Gregório
AMEI OS TEXTOS!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirAmei, são textos maravilhoso e inspiradores.Parabéns!
ResponderExcluirGOSTEI MUITO DOS TEXTOS, MUITO INTERESSANTES E LINGUAGENS FÁCEIS.
ResponderExcluirBom dia! Depois de 27 anos no magistério mas com muita vontade de continuar na missão educacional, fui convidada a coordenar as atividades pedagógicas na escola onde trabalho a 12 anos. Que registrar aqui o quanto que esses textos me ajudaram na organização do meu Novo Fazer,viu chamar assim, no meu trabalho. Muito obrigada.
ResponderExcluirObrigada Mirna, por favor me escreva por e-mail com seu contato de telefone. reginac001@hotmail.com
ExcluirDesculpa os erros da digitação, o corretor do celular atrapalha de vez em quando.
ResponderExcluir